poesia vencedora do concurso nacional de poesias fafimam mandaguari
Ao olhar uma nuvem suspensa no tempo
A vagar sob a lua tornando se ausente
Dilacerando seu corpo pela ação do vento
Como as ondas do cetim que envolve o presente.
Ao desbotar o plenilúnio no romper da Alba
Ao desatar do nimbo sobre a brisa gelada
Que dissolve a bruma, tão leve, tão alva.
Como uma vida frágil que foi violada.
É o luar macio que brilha, mas não aquece,
Que enfeita a noite com flores a bailar.
Ante a força do terral apenas parece,
Uma pequenina ave aprendendo a voar.
A firmeza da luz da lua, sobre uma noite calma
Abandonando seus raios, deleitando-nos com ternura
Como pacto de amores florindo a nossa alma.
Exprimindo paz e afeto, enleados a doçura.
Ao despir a noite da negritude da noite escura
Como nascer de plumas n’alguns pássaros adormecidos
A banhar de luar a parte térrea obscura
O céu decorado de estrelas são pingos d’ouro esquecidos.
O brilho prateado que denota vida e se torna sublime
Desde os tempos mais remotos em beleza se resume
Igual a uma rosa , que em vida apenas exprime
O encanto da poesia, resumidas em perfume.
Ao refletir seu brilho, no espelho d’água cristalina
Tremeluzindo tranqüila, formando um barquinho lunar,
Como o eco da seresta a janela d’alguma menina
Que rompe o silencio da noite e a ela procura acordar.
Como um lírio, a balançar num campo aberto
É a beleza que balança, no peito, o coração.
Emoção que nos faz andar pela estrada deserta
É o luar límpido e puro, é ele que inspira paixão.
O arrebentar de uma onda na rocha, espumante
Como coração apaixonado se parte no peito
É força incontrolável. Pungente, pujante...
É coisa por demais linda, sonho mais que perfeito.
Ao descansar meu corpo sobre a relva verdinha
Olhando a lua cheia, amiga muda no espaço infinito.
É como se pudesse tocá-la, é como se fosse minha
É o lar de Deus no universo, é um astro muito bonito.
No decorrer da noite quase luminosa e serena
No campo puro celeste, brilho iriante a cintilar
Larga infinidade de estrelas lindas e pequenas
A projetar dúbia claridade sobre os encantos do luar.