Sou o que sou
Sou o que sou, sem falsa modéstia, nem hipocrisia,
Com meus defeitos desde o ventre, sou humano Procurando acertar.
Na caminhada da vida, plantei o que achava necessário e por vezes
Colhi frutos nocivos que quase me abateram.
Colhi flores sem perceber os espinhos, que me dilaceraram a pele
E por vezes feriram o mais profundo da alma deixando cicatrizes devastadoras.
Muitas e muitas vezes acreditei em sorrisos falsos achando que eram sinceras
Me iludi com a falsa amizade, abracei Abraços de traiçoeiros.
Acreditei em promessas fajutas e sem nexo,
De amores tão egoístas que me causaram asco e náuseas.
Alma inocente surrada pela vida aprendendo a se levantar com os tombos
E buscando incessantemente sentido para a palavra confiança;
Sentido para entender a vida, aliás sentido para entender pessoas.
E quando caí, das pessoas que esperava apoio tive rejeição...
Das mãos que eu esperava levantar-me ganhei bofetadas...
Pés me pisaram, me esmagaram. Línguas devastadoras como chamas
Me caluniaram... açoitaram... destruiram-me por dentro. Difamaram...
Pessoas escolhidas para ajuntar, espalharam... e a quem confiei o segredo
Drasticamente e permanentemente o revelou...
Mas o que se planta se colhe. E esquece-se as pessoas que todos nós
Temos um teto de vidro. Frágil e quebradiço. Fácil de embaçar, e a poeira
Dos tempos se revela difícil de ser espanada...
Guardei-me na pureza da primavera da vida, cuja, primeira flor desabrochada,
Tomada de assalto pelo mau-caratismo, contaminada por um inseto da pior
Espécie, e arrancada ainda em botão por mãos cheias de arrogância, maldade,
E falta de senso, que com tudo isso quase que me arrancam me raiz...
Confiei quando não deveria, pois depositei confiança em salteadores de sonhos.
Inocentemente busquei ser amigo da inimizade disfarçada, gangrenada e
Maldita, que sorrateiras aguardam uma oportunidade.
Tive muitos inimigos disfarçados de amigos se algo oferecesse...
Hienas disfarçadas, Saltitantes sorridentes, atentas à traição.
Aliás cultivadores do inferno, que lançam ácido invés de gotas d’água.
Mas sobrevivi e da pequena raiz que sobrou surgiu nova planta.
Talvez bem mais frágil mas com a mesma essência, com a mesma seiva;
Não veio Viçosa mas sim resistente as ervas daninhas. Talvez precavido
de insetos Vorazes, e de animais predadores.
Meu jardineiro é Altíssimo Poderoso Imaculado Misericordioso...
Me deu ânimo novo, restaurou, fez crescer, reconstruiu-me.
Deu-me Galhos novos, restaurou-me a seiva e me fez florescer.
Ao invés da desonra dupla honra. Em lugar do Vale, o Aconchego da Colina...
E assim sou o que sou sem tirar nem por: amo verdadeiramente ; sorrio feliz;
Choro pra limpar minh’alma; sou amigo verdadeiro... tal seiva, qual pétalas.
Meu rosto, minhas atitudes refletem a minha essência. Sou o que sou.
Forjado a fogo pelo veio do tempo implacável... não odeio os falsos, antes
Tenho pena e clamo por eles. Os raríssimos amigos, cujo, valor não se calcula,
São raras jóias.
Sou feliz na simplicidade. Realizado no pouco. E verdadeiro com meus sentimentos.
Sou o que sou, sem falsa modéstia nem hipocrisia. Sou servo de Deus.
Silvano Silva