Sol das cinco
Cinco e meia da manhã com sol De meio dia,
A mão sombreia os olhos pela luz que irradia,
Flameja descortinada do céu feito um espelho.
O semi-árido desprotegido enfim desnortece
No ímpeto feroz da fornalha que aquece.
O horizonte nublado se fez forasteiro.
Pela árida rua trafegam viventes
Por vezes, por horas, enfim, entrementes,
A intrincada batalha pela sobrevivência.
Se nuvens despontam o sol as consomem,
Pequenas, do tamanho da mão de um homem,
O sertão busca o estado de rude dormência.
E se nuvens dos mares ressaltam no vale,
Vazias de gotas, não há o que sinale
Torrentes de chuvas, sobre a terra sedenta.
Por que tais contrastes, definem regiões?
De um lado a seca, d'outro lado tufões
De um lado penúria, d’outro, tormenta.
E o sol a pino, absoluto impera
Não se vê negras nuvens, não se espera.
O verde das folhas, o sol ceifará.
As vezes me pergunto: o que há de ser?
Deus me responde: Eu tenho o poder!
Seja lá no sul, ou seja no Ceará
Pr. Silvano Silva